Resumo de Formação Econômica Brasileira (Primeira República – Segunda Parte)

Primeira República (Segunda Parte)

 

Livros obrigatórios sobre Formação Econômica Brasileira:

  1. Formação Econômica do Brasil
  2. A Ordem do Progresso
  3. Economia Brasileira – Da Primeira República ao Plano Real

 

Governo Venceslau Brás (1914 – 1918) – Anos da Primeira Guerra Mundial:

  • Brasil pratica câmbio flutuante : desvalorização da moeda nacional;
  • Queda da demanda externa :principalmente do café, um produto de sobremesa ;
  • Surto Industrial : Celso Furtado acredita que o processo de industrialização teve início somente em 1930 (visão utilizada pela banca do CACD);
  • O surto industrial ocorre, pois, com a queda do valor da moeda nacional, produtos importados tornaram-se muito caros. Há incentivo da produção industrial no país.
  • Demanda reprimida: a indústria europeia, a qual provia o mercado brasileiro, começa a empregar seus esforços na produção bélica. Devido a isso, a demanda brasileira ficava sem oferta, fato o qual levou os brasileiros a desenvolver a indústria local.
  • Primeiro Plano de Valorização do Café: Convênio de Taubaté (1906). Utilização de capital brasileiro.
  • Segundo Plano de Valorização do Café: emissão de moeda pelo Brasil com vistas a comprar café. O Plano não foi tão bem-sucedido quanto o primeiro. Houve:
  1. Aumento da inflação;

  2. Aumento do déficit público;

  3. Utilização de capital brasileiro.

material de Política Internacional para o CACD

Governo Epitácio Pessoa (1918 – 1922) – Pós- Primeira Guerra Mundial:

  • Epitácio Pessoa foi o representante do Brasil durante o Tratado de Versalhes;
  • Há aumento da demanda externa : Brasil passa a comprar mais produtos do exterior e a vender mais café.
  • O final da guerra reativa os mercados: há aumento na arrecadação de impostos devido à venda de café. Fato que possibilita o superávit na Balança de Pagamentos.
  • Aumento de gastos públicos: devido ao aumento da arrecadação de impostos. Iniciam-se projetos para o desenvolvimento do Nordeste por meio  da construção de açudes no semi-árido nordestino (Epitácio Pessoa era nordestino, logo, era mais sensível a essa questão). Também houve remodelagem do Rio de Janeiro.

Tentaram remover o Pão de Açúcar, pois acreditavam que seu posicionamento impedia a circulação de vento no Rio de Janeiro causando pestes, mas o projeto não caminhou.

1920: Contracionismo na Europa:

  • Queda do preço do café;
  • Queda da arrecadação;
  • Aumento do déficit público.

 

1921: Terceiro Plano de Valorização do Café

  • Empréstimos externos –> O Terceiro Plano não logrou nem um terço do êxito dos planos anteriores. Utilização de capital estrangeiro;
  • Aumento da inflação;
  • Crescimento.

 

Governo de Artur Bernardes (1922 – 1930):

  • Ajustes:
  1. Fiscal;
  2. Aumento de impostos;
  3. Diminuição de gastos;
  4. Redução do crédito;
  5. Queda do crescimento.
  • Arthur Bernardes era mineiro e sua primeira medida foi a suspensão de planos de valorização do café. Paulistas ficaram furiosos.

 

  • Washington Luís (nascido no Rio de Janeiro, mas se considerava paulista e tinha muitos interesses na valorização do café)

 

  • Defesa permanente do Café –> uma loucura, pois não havia possibilidades de realmente proteger o café, um produto que não conhecia barreiras, podia ser produzido em qualquer nação de clima tropical.

 

  • Caixa de Estabilização (Câmbio Fixo)

 

  • Crise de 1929 –> gera efeitos devastadores sobre a economia brasileira, especialmente, sobre o café

 

  • Queda na demanda externa de café;

 

  • Queda do preço do café.

Mineiros tinham mais consciência da importância da disciplina fiscal. Paulistas queriam, apenas, proteger o café a qualquer custo.

 

Era Vargas:

grãos de café formação econômica brasileira

Defesa do café : Vargas foi eleito, certamente, para acabar com a defesa do café, mas fez o exato oposto. Por quê?

 

  • 1º Cenário –> ↓PIB =↓ C +↓ I + ↓G + ↓ (X-M) : Não defender o café geraria uma crise sem precedentes!

 

  • 2º Cenário –> ↑PIB =↑ C +↑ I + ↑G + ↑ (X-M)

 

  • Segundo Celso Furtado: Brasil utiliza uma Política Anticíclica, antes mesmo das teorias de Keynes. O Brasil foi um dos primeiros países a saírem da Crise de 1929 . Vargas criava demanda efetiva, uma estratégia que parecia uma espécie de keynesianismo antes mesmo de John Maynard Keynes.  A valorização do café promovida por Vargas era completamente diferente daquela feita por seus antecessores.

 

Deslocamento do Eixo Dinâmico : PIB = C+ I + G + (X-M)

 

  • Vargas deslocou o eixo dinâmico do setor externo para o setor interno. O crescimento da economia passava a depender mais do setor interno que do externo, assim havia mais controle sobre os rumos do desenvolvimento nacional;

 

Desenvolvimento industrial:

 

  • Controle cambial : Não se pode comprar moeda estrangeira sem autorização do Banco Central, pois a moeda estrangeira, a qual é rara, deve ser utilizada para a importação de máquinas e insumos para a produção local. A substituição de importações não significava deixar de importar, mas importar os produtos corretos;

 

  • Política de crédito;

 

  • Política de subsídios;

 

  • Empresas estatais:Vale do Rio Doce,  CSN (Companhia Siderúrgica Nacional);

 

Industrialização por Substituição de Importações:

industrialização por substituição de importações

Primeiro momento (1930 – 1940): desenvolvimento de produtos não duráveis e da indústria de base ;

 

Segundo momento (1950 -1960): privilegia o setor de produtos duráveis;

 

Terceiro Momento (1970 – 1980): privilegia o setor de bens de capital e novas tecnologias.

 

Deterioração dos Termos de Troca:

  • Brasil exporta produtos primários;
  • Brasil importa produtos manufaturados;
  • Dívida Externa;
  • Desvalorização do câmbio : nenhuma das tentativas acima resolveu o problema da deterioração dos termos de troca : A única saída seria passar pelo processo de industrialização.

 

Terceiro Funding Loan:

 

Dívida Externa

1931

3º Funding Loan

1932

Moratória

1934

Esquema Aranha

1937

Moratória

1939

O governo brasileiro retoma negociações para o pagamento da dívida externa.

 

Negociações são suspensas ainda no mesmo ano

1943

Brasil assina o Acordo Permanente da Dívida Externa: Brasil decide saldar suas dívidas, pois:

 

· Brasil acumulara reservas durante os anos da Segunda Guerra Mundial;

 

· Brasil percebe que haveria uma grande expansão de investimentos após a guerra. Se sua dívida fosse paga, haveria mais chances de receber investimentos;

 

1944

 

· Criação do Acordo de Bretton Woods: Brasil foi um dos fundadores. Para participar de Bretton Woods, Brasil deveria pagar suas dívidas.

 

1931 – 1965 :

O mercado de crédito privado internacional fica relativamente fechado ao Brasil. Ele, somente, voltaria a funcionar de forma ampla mais tarde, durante o governo de Castelo Branco.

  • Política Anticíclica;
  • Aumento da industrialização;
  • Brasil diminui sua dependência do café;
  • Há melhora qualitativa nas exportações do Brasil, agora não tão atreladas ao café;

 

1939 – 1945:

  • A Segunda Guerra foi altamente lucrativa para o Brasil;
  • Houve acúmulo de reservas internacionais;
  • Expansão industrial.

 

Ação Governamental:

Centralização da Política Econômica (herança de Vargas): Antes, os estados tinham autonomia;

Reforma Tributária:

  • Aumento da importância do governo central;
  • Integração dos Estados: fim dos impostos interestaduais;
  • Aumento dos impostos.

Estatais:

  • Desenvolvimento de empresas estatais;
  • Estado Produtor;
  • Corrigir falhas de mercado.

 

Coordenação da Política Agrícola Nacional

 

Questão K – L (Capital – Trabalho):

  • Leis do Trabalho;
  • Aumento da demanda externa.

 

Banco do Brasil : Torna-se muitomais forte, pois acumula as funções de banco comercial e Banco Central (por meio da SUMOC):

  • Controle do Câmbio;
  • SUMOC ( Superintendência (1945) );
  • Somente com o governo de Tancredo Neves o Banco Central assumiria suas funções.

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