O que faz um diplomata ?

diplomata atlas segurando mundo

Diplomata : o estereótipo

A maioria das pessoas acredita que sabe o que o diplomata faz. A maioria das pessoas está absolutamente errada.

No imaginário popular, os diplomatas são burocratas que vestem ternos caríssimos, dirigem carros importados e trabalham em Paris, logo ao lado da Torre Eiffel.

Claro que não poderiam faltar os conchavos entre eles e o Ministro das Relações Exteriores, que emite ordens ultrassecretas sobre espionagem de todos os setores da economia do país no qual os diplomatas estão lotados.

Talvez as noites dos diplomatas sejam particularmente ocupadas, muitos jantares com presidentes, figuras públicas e até mesmo com membros de alguma família real.

Para resumir, diplomatas devem ter uma vida glamorosa, repleta de riquezas e sem grandes dificuldades, se é que há alguma dificuldade. Certo?

É claro que não.

A vida dos diplomatas, não somente os brasileiros, envolve uma miríade de atividades que passam muito longe desse ideal de glamour e vida fácil.

    1. O que faz um diplomata
    2. Quem pode ser diplomata no Brasil
    3. O que é o CACD
    4. Como funciona o Concurso de Admissão à Carreira Diplomática
    5. Quanto tempo é necessário estudar para se tornar diplomata
    6. Provas anteriores do CACD
    7. Guias de estudo
    8. Onde estudar para se tornar diplomata
    9. Quanto custa a preparação para a carreira diplomática
    10. Quanto é o salário de um diplomata
    11. Onde trabalham os diplomatas
    12. Onde aprender mais sobre diplomacia

O que faz um diplomata?

diplomatas aperto de ão

Nicholas Kralev, autor da obra “America’s Other Army”, definiu sucintamente o quão abrangentes são as funções de um diplomata:

“Como as atividades de ensinar, delinear políticas de governança, participar de negociações de acordos nucleares, organizar eventos culturais, reformar um sistema de adoção de crianças, vender armas, auxiliar nos esforços de reconstrução depois de desastres naturais, visitar prisioneiros e restaurar relações entre Estados podem fazer parte da mesma profissão? ”

Bem-vindo ao Ministério das Relações Exteriores.

Palácio do Itamaraty
Palácio do Itamaraty

Diplomatas realizam todas as atividades mencionadas entre as aspas acima e, para falar a verdade, fazem muito mais. Seria difícil descrever absolutamente todas funções de um membro do corpo diplomático brasileiro, mas é importante que você compreenda que a lista de atividades é gigantesca e, a depender da situação, pode estender-se ainda mais.

Os diplomatas, não importa qual país sirvam, têm muitas coisas em comum.

Primeiramente, um diplomata representa seu país e recebe instruções do próprio governo sobre como deve agir na nação onde está lotado.

Para que o governo do país do diplomata possa prover instruções da maneira mais clara e eficiente possível, ele deve ter acesso às informações e análises sobre o país no qual o diplomata está lotado.

Apostilas para o CACD

Quem é que cria esses relatórios com análises sobre o país no qual o diplomata está lotado?

Os próprios diplomatas!

Por exemplo: quando o Brasil estabelece uma missão diplomática (uma embaixada) em um país como os Estados Unidos, os diplomatas brasileiros que trabalham nessa missão têm como algumas de suas funções gerar relatórios sugerindo quais medidas o Brasil pode tomar com vistas a intensificar as relações entre as duas nações.

Essas medidas podem estar relacionadas a várias questões diferentes: oportunidades de exportação de algum produto, possibilidade de oferecimento de bolsas de estudo, expansão dos campos de cooperação tecnológica, desenvolvimento conjunto de pesquisas sobre medicamentos, além de muitas outras.

Uma vez que o Brasil, por meio do Ministério das Relações Exteriores, recebe esses relatórios dos diplomatas lotados nos Estados Unidos, o país pode desenvolver novas iniciativas de cooperação bilateral ou multilateral dependendo do caso. Assim, o Ministério das Relações Exteriores volta a informar os diplomatas sobre como eles devem agir para implementar tais iniciativas.

Na realidade, o diplomata que trabalha no exterior age tanto na função de profissional que sugere as iniciativas quanto aquele que as coloca em prática.

Isso faz perfeito sentido porque não há ninguém mais apto a informar o Brasil sobre a situação nos Estados Unidos que um diplomata que vive naquele país e trabalha na embaixada brasileira em Washington.

Embaixada do Brasil em Washington, Estados Unidos
Embaixada do Brasil em Washington, Estados Unidos

Criação de empregos

Os diplomatas também promovem o estabelecimento de acordos sobre exportação e importação de produtos e, dessa maneira, afetam diretamente a quantidade de empregos disponíveis no Brasil.

Por exemplo, quando uma montadora coreana decide abrir uma fábrica gigantesca por aqui, nossa mão de obra é utilizada tanto na construção das instalações quanto nas operações diárias desse empreendimento. A cadeia de produção inteira demanda trabalhadores: engenheiros, eletricistas, analistas de sistemas, administradores e muitos outros precisam ser contratados para que uma fábrica funcione corretamente.

Por que é necessário que haja diplomatas brasileiros em países estrangeiros? Não seria possível coordenar tudo a distância?

bandeira do brasil estilizada

Teoricamente, devido à tecnologia da atualidade, muitas das tarefas dos diplomatas poderiam, sim, ser feitas a distância, mas essa seria uma abordagem apenas parcial. Quando estamos longe da localidade que analisamos, temos acesso apenas a determinadas facetas do que acontece ali.

Nada substitui o conhecimento que se adquire ao viver em determinado país, aprender seu idioma, conhecer seu povo, depender de seus hospitais, participar de seus eventos esportivos, entender as nuances de sua cultura e verdadeiramente experimentar a vida como os locais o fazem.

Talvez esse estilo de vida realmente não seja glamoroso, mas pode ser bastante gratificante.

A maior prioridade do diplomata é proteger e promover os interesses dos nacionais de seu país no exterior.

Isso significa que não importa onde o brasileiro esteja no exterior, pode ser em Abuja (Nigéria) ou Viena (Áustria), as pessoas que estarão ali para auxiliá-lo serão os membros do corpo diplomático.

Isso acontece em várias situações:

  • Nascimentos no exterior;
  • Autenticação de certidões;
  • Visitas no presídio (espero que ninguém precise desse tipo de auxílio);
  • Assinatura de certidões de óbito, dentre muitas outras coisas.

Certamente você não acha que lidar com certidões de óbito, informar uma família sobre a morte de um ente querido e lidar com a papelada necessária para a repatriação de um corpo seja uma atividade particularmente prazerosa.  Bom, às vezes membros do corpo diplomático fazem exatamente isso.

Mais uma vez, embora possa parecer que tais atividades tirem o brilho da carreira, a verdade é exatamente o oposto disso. Trata-se de algo necessário e que tem impacto direto na vida dos brasileiros, tanto daqueles que vivem no exterior quanto dos que permanecem no Brasil.

História real que ilustra a importância dos diplomatas

bandeiras americanas

Há uma história, contada por um diplomata norte-americano, que resume bem esses casos nos quais a presença de diplomatas pode fazer a diferença entre a vida e a morte de um nacional:

“ Em um final de tarde da sexta-feira, imediatamente antes do fim do expediente, quando todos estão prontos para voltar para casa, a embaixada recebe uma ligação do aeroporto.

Do outro lado da linha, alguém com um sotaque bem carregado diz que uma cidadã americana está bastante doente e que precisa de assistência médica imediata. O aeroporto não tinha condições para tratá-la ali mesmo e ela poderia morrer.

Após a chegada da mulher ao hospital, descobre-se que ela precisa de uma transfusão de sangue imediatamente e que o tipo sanguíneo dela simplesmente não está disponível nos estoques daquele hospital.

O que o corpo diplomático poderia fazer?

Bem, o diplomata que atendeu a ligação decidiu perguntar à enfermeira que trabalhava na embaixada americana se alguém no prédio teria aquele mesmo tipo sanguíneo.

A enfermeira disse que tanto o adido militar quanto o próprio embaixador seriam as únicas pessoas com aquele perfil sanguíneo.

O diplomata não pensou duas vezes. Imediatamente avisou ao embaixador, autoridade que ocupa o topo da cadeia hierárquica da embaixada, que ele teria o mesmo tipo sanguíneo da mulher e que sem aquela ajuda uma cidadã americana poderia falecer.

O embaixador nem mesmo tirou os olhos da tela de seu computador, simplesmente disse:

“Diga à enfermeira que eu estarei lá em dez minutos”.

Com a ajuda do embaixador e do adido militar a mulher sobreviveu. “

Claro que isso não acontece todos os dias. É óbvio que o trabalho do diplomata não é doar sangue às sextas-feiras antes do fim do expediente, mas essa história demonstra que o diplomata deve, antes de tudo, servir ao seu país e aos seus compatriotas.

Mais do que isso, o diplomata deve buscar fazer isso em várias ocasiões diferentes, inclusive nas emergenciais, como ficou demonstrado nessa pequena história.

Outra história real contada por um diplomata

avião decolando

Mais um exemplo dado por esse diplomata foi um desses casos em que os pais se separam e um deles decide levar os filhos para o exterior sem o consentimento do outro.

Essas foram as palavras do diplomata:

“ Certa noite, uma das minhas colegas diplomatas recebeu uma ligação de uma mãe nos Estados Unidos dizendo que seus filhos haviam sido sequestrados pelo pai há sete anos, embora ela tivesse a custódia legal das crianças.

Durante esses sete anos, a mãe enviou cartas, cartões postais e presentes de aniversário e de natal para a embaixada americana localizada no país para onde o ex-marido tinha levado as crianças.

A mãe fez tudo isso baseada na esperança de que a embaixada pudesse, um dia, encontrar o ex-marido e as crianças.

A diplomata que recebeu a ligação disse que nunca havia lidado com um caso como aquele e que não sabia se seria possível ajudar aquela mãe tão angustiada. Apesar disso, a diplomata disse que faria tudo o que fosse possível.

Essa diplomata então resolveu dedicar-se exclusivamente àquele caso e, dentro de alguns dias, conseguiu reunir uma série de pistas sobre a possível localização daquele ex-marido e das crianças.

Com a ajuda da polícia, a diplomata conseguiu forçar o ex-marido a apresentar-se frente à corte daquele país.

O juiz ouviu a todos e analisou a situação. Alguns dias depois a decisão foi tomada:

A mãe, que estava nos Estados Unidos e tinha a custódia das crianças na época do sequestro, também passaria a ter a custódia das crianças no país para onde o ex-marido havia fugido.

A diplomata, que participou de todo o processo, disse ao juiz que havia um pequeno problema: a mãe ainda estava nos Estados Unidos e não chegaria no país onde as crianças estavam localizadas até a próxima semana.

O juiz prontamente respondeu que não havia nenhum problema. Para evitar que o pai fugisse com as crianças mais uma vez, a própria diplomata ficaria responsável por abrigar as crianças até a chegada da mãe.

A diplomata, apesar de sua preocupação com toda a situação, alegou que apenas trabalhava para o governo de seu país, disse que era um membro do corpo diplomático e que não deveria assumir a custódia de quaisquer crianças.

O juiz afirmou que, se não houvesse quem cuidasse das crianças, elas deveriam ser devolvidas ao pai.

Aquela diplomata então fez o que qualquer um de nós faríamos. Ela deixou as regras de lado, assumiu a custódia das crianças e as levou para sua própria casa.

As crianças já não se lembravam da mãe depois desses sete anos e tudo o que tinham ouvido sobre ela era negativo. O pai, sequestrador, odiava a ex-mulher e passou anos destruindo a imagem dela perante os filhos.

Os filhos então perguntaram à diplomata se ela tinha certeza que a mãe os trataria bem. Eles estavam com muito medo.

A diplomata então abriu a caixa que continha todas aquelas cartas, cartões de natal e presentes enviados pela mãe durante os sete anos em que ela esteve longe dos filhos e, durante o final de semana inteiro, aquelas crianças descobriram a verdade sobre sua própria mãe. Eles perceberam que ela os amava muito.

Então, quando a mãe finalmente chegou ao país, o encontro foi mágico. As crianças estavam felizes, a mãe estava realizada. Eles entraram no primeiro avião e, finalmente, voltaram para casa nos Estados Unidos. “

Por mais gratificante que seja auxiliar conterrâneos no exterior, o diplomata passa boa parte do seu tempo interagindo com os habitantes do país para onde foi enviado, ou seja, com estrangeiros.

Uma das funções mais importantes do corpo diplomático é decidir, dentre os estrangeiros, quais serão aqueles que poderão ingressar em território brasileiro.

Decidir quem pode visitar o país, estudar em nossas universidades ou trabalhar em nossas empresas não é tarefa fácil. Mas isso é fundamental para que possamos conhecer outros povos mais profundamente e para que eles também nos conheçam.

O alcance do trabalho do diplomata

Resumos para o CACD

Todas as ações mencionadas têm como objetivo estabelecer conexões, tanto entre pessoas quanto entre instituições.

Poucas profissões permitem que o trabalho de apenas uma pessoa ou de um pequeno grupo de pessoas tenha alcance tão grande.

O diplomata que hoje organiza um pequeno evento cultural na embaixada brasileira em Hanói pode ser o mesmo que negociará um grande acordo comercial com a gigante chinesa Tencent no ano que vem.

Talvez o diplomata responsável por esse acordo comercial participe ativamente do estabelecimento de centros culturais chineses, como aconteceu com o Instituto Confúcio aqui no Brasil.

As dificuldades da carreira diplomática

Como sabemos bem, na vida, nem tudo são flores. A carreira diplomática também é repleta de desafios e, mais que isso, de dificuldades.

É natural que, durante a preparação para o concorridíssimo concurso de admissão à carreira diplomática (CACD), aqueles que sonham em ser diplomatas imaginem vidas tranquilas nos mais agradáveis países da Europa ocidental.

Muitos imaginam o quão positivo será criar seus filhos na Suíça, nos Estados Unidos ou até mesmo no Japão.

Atlas com o mundo nas costas
Atlas com o mundo nas costas

Mas são poucos aqueles que realmente param para refletir sobre o fato de que, na maioria das vezes, os diplomatas trabalham em lugares não tão desejados assim. Países que ainda não atingiram o mesmo nível de desenvolvimento do próprio Brasil.

Apesar de isso ser bastante lógico, muitos preferem não pensar sobre o assunto.

Em quantos países você realmente gostaria de morar?  Quantos países realmente oferecem aquilo que você busca?

Uma rápida olhada no mapa é mais que suficiente para provar que, apesar de todas as mazelas do Brasil, nosso país ainda é um oásis em relação a grande parte do mundo. Nosso planeta é composto, primordialmente, de países com menor grau de desenvolvimento, lugares onde a vida é muito mais difícil que aqui.

Enquanto o fato de você ter condições econômicas favoráveis como diplomata certamente ameniza muitas dessas dificuldades, mas não as elimina de nenhuma maneira.

A verdade é que a maioria dos integrantes da carreira diplomática, principalmente aqueles recém-chegados ao Itamaraty, terão de trabalhar em postos muito menos conhecidos antes de poderem aventurar-se em países como Alemanha, França e Itália.

Esses diplomatas podem chegar a viver por alguns anos em cidades que você nunca ouviu falar antes de alcançarem o objetivo de mudar-se para alguma nação central como os Estados Unidos.

Para aqueles que querem ser diplomatas na Europa e na América do Norte

bandeiras dos estados unidos e da união europeia

Outro detalhe que muitos esquecem de avaliar é o fato de que as remoções para o exterior são marcadas por uma janela temporal.

É certo que depois de trabalhar por anos em um país do qual você não goste tanto, surgirá uma oportunidade de morar em um país que você adora.  Mas essa mudança estará absolutamente condicionada a regras do próprio Ministério das Relações Exteriores.

Nenhum diplomata vive no país que quer pelo tempo que quiser. Lembre-se, assim como você deseja morar em um lugar organizado e desenvolvido, há uma fila de outros diplomatas que desejam exatamente a mesma coisa.

Enquanto o tempo de estadia de um diplomata em determinado país é parcialmente negociável, há limites, estabelecidos por lei, que impedem membros do corpo diplomático brasileiro de permanecerem no mesmo local indefinidamente.

Realisticamente falando, isso significa que mesmo que você consiga mudar para o país com o qual tanto sonhou, sua estadia terá data para terminar. É improvável que você volte a morar no mesmo país mais de uma vez, a não ser que você esteja disposto a servir, antes, naqueles países menos desenvolvidos por mais alguns anos.

O peso da carreira diplomática na vida do cônjuge

A carreira diplomática é um tanto egoísta. Ela exige anos de exclusividade da sua atenção antes mesmo de você tornar-se um diplomata. A dificuldade do processo seletivo é tamanha que nos últimos anos não há um diplomata sequer que tenha conseguido alcançar seu cargo sem sacrificar finais de semana, noites, férias e, muitas vezes, o tempo que poderia dedicar à família.

Para além disso, uma vez que o candidato à carreira diplomática finalmente é aprovado, um furacão de novos desafios imediatamente toma conta de seus dias.

esposa de diplomata tristePara os diplomatas que são casados, a escolha dos locais para onde podem mudar-se pode tornar-se extremamente restrita. É crucial escolher um país do qual o cônjuge não-diplomata fale o idioma, afinal, ele/ela terá de viver ali pelos próximos anos.

Como fica a carreira do cônjuge?

Ele pode exercer suas funções a distância?

Ele vai tentar tornar-se diplomata também?

Ele vai deixar de trabalhar para acompanhar o outro nessas aventuras pelo mundo?

É comum ouvir: “Não tem problema! Quando eu estiver no exterior, meu marido (ou minha esposa) vai poder fazer o que quiser o dia inteiro. A vida vai ser tranquila”.

Talvez o cônjuge concorde plenamente com o plano inicial, mas o isolamento cultural, a distância da família e dos amigos e a sensação de ter abandonado a carreira pode causar sérias dificuldades psicológicas àquelas pessoas que estão acompanhando o diplomata.

Não é raro que, depois de determinado tempo, as pessoas cheguem à conclusão que todo aquele sacrifício não vale a pena. Talvez seja por isso que o Ministério das Relações Exteriores esteja abarrotado de diplomatas que poderiam muito bem viver no exterior, mas optam por ficar em Brasília.

O peso da carreira diplomática na vida dos filhos

Mais um assunto muito delicado. Quando sonhamos com a carreira diplomática tendemos a ignorar alguns aspectos verdadeiramente importantes.

Embora o diplomata possa prover a seus filhos uma vida muito diferente daquela que a maioria das pessoas têm: viagens ao exterior, o aprendizado de línguas estrangeiras in loco, experiências de vida ímpares, também há um lado negativo.

filho de diplomata com bandeira na mãoNem sempre há escolas de boa qualidade nos países para onde os diplomatas são removidos. Frequentemente é necessário matricular os filhos em escolas estrangeiras, mas elas são caríssimas, inclusive para aqueles diplomatas que são bem remunerados.

Dependendo da quantidade de filhos, às vezes é impossível pagar escolas de qualidade para todos.

Como nós sabemos, em muitas regiões do Brasil, as escolas públicas ainda deixam muito a desejar. Isso não é diferente do que acontece em muitos países menos desenvolvidos que o Brasil. Sem contar que, mesmo nos países que oferecem boas escolas públicas, a adaptação ao idioma local pode ser um pesadelo.

Talvez você, quando tornar-se diplomata, não se importe em viver em um país com características pouco desejáveis, mas seus familiares também terão que se adaptar àquele ambiente e, no caso deles, a vida acontecerá primordialmente fora da redoma da embaixada brasileira.

Não é fácil para uma criança adaptar-se a um país diferente, a um idioma completamente diverso daquele que ela conhece, a amizades efêmeras. Tudo isso precisa ser considerado quando você decide seguir a carreira diplomática.

A diplomacia vale a pena

blocos de maneira e a palavra diplomacia

Apesar de todas as dificuldades elencadas, o processo de seleção é tão árduo por um bom motivo. Vale a pena.

A diplomacia é uma oportunidade de fazer a diferença tanto em sua sociedade imediata, no seu país de origem, quanto no restante do mundo.

Se você tem o desejo de servir às pessoas, particularmente aquelas em situação menos favorável, provavelmente a diplomacia será o caminho ideal para fazer exatamente isso. Deixemos o glamour e a vida de fantasia de lado e dediquemo-nos ao que realmente importar. Fazer do mundo um lugar melhor.

Quem pode ser diplomata no Brasil?

Há alguns requisitos para que você possa tornar-se diplomata. Curiosamente, a carreira não é muito restritiva e está aberta a uma quantidade enorme de pessoas.

De acordo com a lei, para que uma pessoa possa prestar o Concurso de Admissão à Carreira Diplomática (CACD) e ingressar no cargo de Terceiro Secretário (primeiro estágio da carreira diplomática), é preciso:

  • Ser brasileiro nato;

Apesar de brasileiros naturalizados não poderem ser diplomatas, essas pessoas ainda podem ser aprovadas em outro concurso que também permite que se trabalhe em embaixadas e consulados brasileiros pelo mundo, trata-se do cargo de Oficial de Chancelaria, disponível tanto para brasileiros natos quanto para naturalizados.

 

  • Estar no gozo dos direitos políticos;

Assim como acontece em qualquer outro concurso público no Brasil, é necessário que o aprovado em concurso goze de seus direitos políticos para que possa ser investido em algum cargo público;

 

  • Estar em dia com as obrigações eleitorais;

Para aqueles que deixaram de votar ou que têm pendências relativas ao título eleitoral, chegou a hora de colocar as obrigações em dia. A menos que você tenha votado ou justificado sua ausência como exigido em lei, é possível, sim, que seja impedido de assumir o cargo mesmo depois de ter sido aprovado em concurso público.

 

  • Estar em dia com as obrigações do Serviço Militar, no caso de candidatos do sexo masculino;

Nenhuma novidade aqui. Assim como nos demais concursos públicos, é necessário apresentar a documentação adequada relativa ao serviço militar quando da investidura em cargo público.

 

  • Apresentar diploma de conclusão de curso de graduação de nível superior emitido por qualquer universidade brasileira reconhecida pelo Ministério da Educação (MEC). Caso a graduação tenha sido realizada em universidade estrangeira, será obrigação do próprio candidato providenciar, até a data da posse, a revalidação do diploma de acordo com os requisitos estabelecidos pelo próprio Ministério da Educação;

Os candidatos ao Concurso de Admissão à Carreira Diplomática (CACD) costumam perguntar acerca da validade dos cursos de graduação mais curtos:

Será que tecnólogos também podem ser diplomatas?

A resposta é, SIM. Mesmo que você tenha feito um curso de apenas dois anos, nada lhe impede de assumir o cargo de diplomata. Não há porque se preocupar.

Basta apresentar o diploma e seguir precisamente as mesmas regras impostas àqueles que finalizaram um bacharelado ou uma licenciatura.

 

Outra dúvida bem comum:

É preciso ser formado em algum curso específico para ser diplomata?

Não! Você pode ser formado em absolutamente qualquer curso, contanto que ele seja reconhecido pelo Ministério da Educação (MEC). Não importa se sua área é medicina, matemática, biologia, veterinária, história ou relações internacionais.

Todos os cursos são aceitos pelo Ministério das Relações Exteriores, o importante mesmo é conseguir atingir a nota de corte do CACD.

 

  • Ter idade mínima de 18 anos;

Esse requisito também é comum a outros concursos públicos. Na realidade ele não faz assim tanta diferença porque é bastante raro encontrar alguém que tenha conseguido formação em curso superior antes de atingir os 18 anos de idade.

De qualquer maneira, diferentemente de outros cargos que exigem mais idade, como o caso de Presidente da República (idade mínima de 35 anos), é possível tornar-se diplomata ainda muito jovem.

Apesar de não ser particularmente comum, há várias pessoas que conseguiram passar por todo o processo seletivo e tornar-se diplomatas com apenas 22 anos de idade.

 

  • Ter aptidão física e mental para o exercício das atribuições do cargo.

Esse requisito não tem absolutamente nada a ver com os testes de aptidão física da Abin ou da Polícia Federal. Para ser diplomata você não precisa correr ou saber nadar. Basta conseguir executar as atividades quotidianas que qualquer outro servidor público precisa para exercer suas funções no ambiente de trabalho.

 

O que é o CACD?

lápis prova
Jamais leve um lápis para o CACD =)

Trata-se do Concurso de Admissão à Carreira Diplomática. Na realidade, é exatamente isso, só uma sigla que denomina o concurso público que os candidatos à diplomacia precisam fazer.

Você vai perceber que aqueles que já estão tentando passar no concurso há algum tempo se referem à prova como CACD.

Com qual frequência acontece o CACD?

material de Política Internacional para o CACD

Embora esse concurso seja particularmente difícil, ele tem uma característica extremamente positiva para aqueles que desejam seguir a carreira diplomática. O concurso é anual.

Tem sido assim desde o final da Segunda Guerra Mundial, em 1945.

Mesmo com todas as crises que o Brasil enfrentou ao longo de tantas décadas, o concurso sempre acontece. Em algumas ocasiões houve até mesmo duas seleções de diplomatas no mesmo ano.

Talvez esse seja o principal motivo de os candidatos à diplomacia serem tão bem preparados. Aqueles que não são aprovados em determinado ano têm grande incentivo para continuar estudando, afinal, sabem que no ano seguinte terão mais uma chance.

Como funciona o CACD?

O Concurso de Admissão à Carreira Diplomática é bastante diferente dos demais concursos públicos no país.

Enquanto a maioria dos cargos públicos exige que os candidatos passem em uma única prova, mesmo que essa seja dividia entre os turnos matutino e vespertino, o processo seletivo do CACD é muito mais extenso. Ele chega a demorar meses, uma vez que o concurso é subdividido em três fases:

Primeira Fase:

Segue o modelo que você já conhece. As provas de primeira fase acontecem durante a manhã e à tarde e são compostas de questões objetivas que abarcam uma série de matérias, inclusive, algumas delas são raríssimas em concursos públicos. Aqui está a lista de matérias cobradas:

Língua Portuguesa:

O nível de dificuldade dessa prova é bastante alto. Essa é a prova de português mais difícil do Brasil atualmente. Embora os itens relacionados a gramática não sejam muito mais complexos que aqueles encontrados nos demais concursos públicos, as questões de interpretação de texto são dificílimas, pois são baseadas em textos literários os quais a maioria das pessoas não está habituada a ler.

Além do vocabulário, que vai muito além daquilo que lemos no cotidiano, os textos, muitas vezes, são bem antigos e utilizam estruturas e expressões que caíram em desuso há muito tempo.

Nessa prova, a banca realmente consegue separar aqueles que estudam por apostilas daqueles que conhecem a literatura brasileira minuciosamente.

Eu escrevi um artigo sobre como começar a estudar para o CACD, vale a pena dar uma olhada para tirar suas dúvidas.

Caso você queira saber mais sobre a prova de Português, especificamente, tem um artigo sobre a Bibliografia de Português para o CACD que também contém informações valiosíssimas.

Língua Inglesa:

blocos de língua inglesa

Na primeira fase do CACD, as provas de inglês não são particularmente difíceis, mas exigem que o candidato conheça bem o idioma. Apesar de as questões serem menos complexas que aquelas de língua portuguesa, uma pessoa que não tenha estudado inglês por pelo menos alguns anos de fazer o CACD certamente encontrará dificuldades para atingir uma boa nota.

Não digo que seja impossível que você se torne um diplomata sem ter profundo conhecimento do idioma inglês, mas certamente trilhará um caminho muito mais longo que aqueles que tiveram a oportunidade de estudar a língua por mais tempo.

História do Brasil:

dom pedro primeiro

Essa disciplina não é tão comum em outros concursos públicos, mas mesmo naqueles nos quais ela está presente, como o da Abin, por exemplo, o nível de exigência não chega nem perto do CACD.

Aqui não basta somente ter tido contato com a matéria de História do Brasil por meio de livros do Ensino Médio, é fundamental desenvolver um conhecimento profundo e detalhado acerca de todos os momentos importantes da formação do Estado brasileiro.

É necessário conhecer o posicionamento de diversos autores e, mais importante ainda, saber precisamente a opinião da banca a respeito de cada momento histórico.

Recomendo fortemente que você leia o artigo sobre a Bibliografia de História do Brasil para o CACD, ali você encontrará as principais recomendações acerca dos livros de leitura obrigatória na preparação para a prova.

História Mundial:

bandeiras da segunda guerra mundial

Mais uma disciplina rara em concursos públicos e mais uma prova na qual conhecimentos superficiais são absolutamente insuficientes. Nessa matéria, os candidatos formados em História saem em vantagem, mas mesmo assim seria leviano afirmar que ter um curso superior na área é suficiente para lograr êxito nessa prova.

Independentemente da sua experiência e das suas leituras sobre História Mundial, a banca que organiza as provas do CACD defende opiniões bastante específicas acerca de uma série de momentos históricos.

De nada adianta você saber tudo sobre o Congresso de Viena, por exemplo, se você estudou o assunto por meio de fontes diferentes daquelas utilizadas pelos organizadores da prova.

Caso você queira saber mais sobre os livros que deve ler, visite o post: Bibliografia de História Mundial para o CACD. Lá você vai encontrar uma lista detalhada acerca dos livros mais importantes para o certame.

Vários artigos sobre História Mundial, como esse sobre a Segunda Guerra Mundial, serão publicados aqui no Blog do Atualidades Concursos. Se você quiser ser avisado sobre quando esses textos estarão disponíveis, registre-se no site utilizando o campo abaixo:

 

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Política Internacional:

vários globos

Ninguém consegue se tornar diplomata sem conhecer minuciosamente o posicionamento brasileiro em relação aos principais assuntos das relações internacionais. Essa é conhecida como “a disciplina sem fim” porque, apesar de parcialmente relacionada a uma bibliografia, os assuntos transbordam os livros e se espalham por discursos oficiais, notícias sobre o Brasil e sobre o mundo.

Há uma série de recomendações de leituras importantes nesta página aqui: Bibliografia de Política Internacional para o CACD.

Essa disciplina é um dos principais focos aqui do Atualidades Concursos, caso você queira ter acesso a uma Plataforma de Estudo de Atualidades, onde é possível ler tudo de maneira organizada e rápida, entre na lista de e-mails do site:

 

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Geografia:

Outra prova bastante específica. A banca do CACD não cobra nada além daquilo que vemos nos demais concursos que envolvem Geografia. Mas, se você não é formado na área e tem desejo de seguir a carreira diplomática, é importante preparar-se da maneira correta.

Diferentemente das outras matérias, que podem ser estudadas por meio de livros bem específicos, a disciplina de Geografia tem uma série de peculiaridades. Leia o artigo indicado aqui para entender um pouco mais sobre essa matéria: Bibliografia de Geografia para o CACD.

 

Economia:

moedas de ouro e mapas de economia

Embora grande parte dos interessados na carreira diplomática sejam formados em Direito, História e Relações Internacionais, todos os candidatos, não importa sua área de formação, precisam saber pelo menos o básico de Economia.

O Concurso de Admissão à Carreira Diplomática não exige conhecimento profundo no assunto, basta que o candidato tenha noções acerca dessa área, mas, dependendo do seu perfil, mesmo esse estudo relativamente superficial pode ser um desafio.

Embora nada substitua o auxílio de um bom professor, há vários livros que podem auxiliar àqueles que estão começando agora. Você pode ver a lista deles aqui: Bibliografia de Economia para o CACD.

 

Direito Interno:

estyátuda da justiça, globo e o Direito Interno

Essa é certamente uma das matérias com as quais os candidatos estão mais familiarizados. Embora haja pouquíssimos itens sobre Direito Interno na prova, essa matéria é tão importante quanto as demais.

As questões englobam tanto questões de Direito Constitucional quanto de Direito Administrativo, embora a parte de Constitucional seja desproporcionalmente mais cobrada.

A boa notícia é que o nível de dificuldade dos itens é exatamente o mesmo daquele encontrado em outros concursos. Se você já está acostumado a estudar para outros certames ou, quem sabe, já é concursado, certamente não terá dificuldades com essa parte da prova.

De qualquer maneira, se seu sonho é tornar-se diplomata, não custa nada ler um pouquinho mais sobre essa disciplina sob a perspectiva do CACD. Dê uma olhada nas recomendações de leitura: Bibliografia de Direito Interno para o CACD.

 

Direito Internacional:

direito internacional

Mais uma disciplina incomum em concursos. A maioria dos candidatos à carreira diplomática não tem muita experiência com esse assunto, incluindo aqueles formados em Direito.

As questões, apesar de não serem particularmente complexas, podem parecer impossíveis para aqueles que nunca estudaram a matéria.

O Direito Internacional é um assunto relativamente novo, portanto ainda há muita divergência entre as fontes de estudo. Cada livro diz uma coisa diferente. O candidato despreparado corre o sério risco de ler informações que estejam em total desacordo com a interpretação da banca, portanto é importantíssimo que, ao estudar essa disciplina, você o faça por meio da bibliografia recomendada: Bibliografia de Direito Internacional para o CACD.

 

Resumindo, essas são as matérias da Primeira Fase:

  • Língua Portuguesa;
  • Língua Inglesa;
  • História do Brasil;
  • História Mundial;
  • Política Internacional;
  • Geografia;
  • Economia;
  • Direito Interno; e
  • Direito Internacional.

 

Segunda Fase:

Acontece algumas semanas após a Primeira Fase. Apenas aqueles candidatos que foram aprovados na fase anterior podem realizar essa prova.

Essa fase consiste na produção de textos em língua portuguesa. Alguns textos são apresentados ao candidato que, baseado neles,  deve produzir dissertações as quais, mais tarde, serão corrigidas por algum membro da banca.

A segunda fase do CACD é conhecida como uma das mais difíceis devido ao fato de a banca ser absurdamente rígida nas correções. Dominar a gramática da língua portuguesa não basta. É preciso escrever os textos de acordo com as especificações da banca. A grande dificuldade é que muitos dos requisitos gramaticais do CACD parecem nebulosos e não estão descritos em nenhum documento específico.

Para descobrir qual estilo de texto é mais bem aceito pelos avaliadores, é altamente recomendável que o candidato procure alguém que conheça a prova de perto. Pode ser um professor ou alguém que já tenha feito a prova algumas vezes.

Recomendo que você leia esse texto: como começar a estudar para o CACD. Ali há uma série de dicas que certamente irão te ajudar a desenvolver a melhor estratégia possível para que você consiga embarcar na carreira diplomática.

Terceira Fase:

escrevendo redação

Muitos consideram que a verdadeira seleção acontece mesmo é na terceira fase. É nesse momento que os candidatos são submetidos a provas extremamente longas e que exigem um nível altíssimo de conhecimento acerca de todas as matérias do concurso.

Basicamente, a terceira fase é composta por uma série de provas dissertativas acerca de cada uma das matérias. Normalmente as provas acontecem aos finais de semana, tanto aos sábados quanto aos domingos e ocupam os turnos matutino e vespertino de ambos os dois dias.

Essa fase é brutal porque exige que o candidato passe o final de semana inteiro escrevendo. Como se já não fosse cansativo o suficiente escrever durante horas, as dissertações são enormes e o candidato não tem nem mesmo tempo para fazer um rascunho completo.

Na melhor das hipóteses, é possível delinear as principais ideias de cada parágrafo, mas não há tempo de desenvolvê-las para depois passá-las a limpo. É absolutamente necessário escrever diretamente na folha de respostas ou não haverá tempo o suficiente para responder a todas as questões.

Além de todas as matérias cobradas na primeira fase: Língua Portuguesa, Língua Inglesa, História do Brasil, História Mundial, Geografia, Política Internacional, Economia, Direito Interno e Direito Internacional, na terceira fase o candidato ainda tem de enfrentar provas de Língua Francesa e de Língua Espanhola.

As provas de francês e de espanhol são obrigatórias?

Sim! Todos têm de realizar as provas de todas as disciplinas. Hoje em dia a concorrência é tão grande que as chances de o candidato ser aprovado sem alcançar uma ótima nota nesses idiomas é virtualmente nula.

As provas de francês e de espanhol também são dissertativas?

Depende do ano. A banca organizadora tem oscilado em relação a isso. Em alguns anos as provas são objetivas e em outros, dissertativas. A verdade é que o candidato deve estar preparado para tudo.

É indispensável que se pratique a escrita nos dois idiomas caso você queira ter reais chances de ser aprovado.

Como você pode ver, o caminho da aprovação no CACD é árduo e exige extrema dedicação dos candidatos.

O Concurso de Admissão à Carreira Diplomática funciona como um enorme filtro que separa aqueles que apenas têm vontade de ser diplomata daqueles que realmente veem a carreira como um objetivo de vida.

Qual banca organiza a prova do CACD?

logomarca do CESPE

O CESPE organiza os certames há muitos anos e não há qualquer expectativa de que a banca mude.

Muitos já sabem que essa banca optou pelo modelo de “fator de correção” que, objetivamente, significa que a cada questão que o candidato errar anulará uma questão que ele havia acertado.

Embora o fator de correção seja percebido de maneira negativa pela maioria das pessoas, ele garante que haverá menos chutes na prova e que os candidatos mais preparados serão recompensados, pois cometerão menos erros e não precisarão contar tanto com a sorte quanto os demais.

A grande vantagem de a mesma banca organizar o CACD todos os anos é que o candidato tem a oportunidade de preparar-se de acordo com o perfil do CESPE. É possível observar as características das provas e estudar de acordo com elas.

Um exemplo disso são as questões de língua portuguesa. Enquanto algumas bancas cobram conhecimento estritamente gramatical, o CESPE foca no contexto. Os itens tendem a ser mais sofisticados e inteligentes.

Caso você seja um candidato esforçado e minucioso, poderá auferir enormes vantagens dessa estrutura de prova.

Quanto tempo terei de estudar até passar no CACD?

relógios marcando vários horários

Esse assunto é extremamente polêmico porque há muitas variáveis que determinam o tempo de aprovação do indivíduo.

A cada ano, os aprovados no CACD lançam uma espécie de guia de estudos que contém estatísticas acerca de quanto tempo cada um estudou até que fosse aprovado.

Os dados desses guias não são tão confiáveis, pois são compilados de acordo com aquilo que os próprios candidatos dizem. Enquanto a maioria afirma que conseguiu a aprovação em três anos, não é nada incomum observar pessoas que tenham estudado por 5, 7 ou até mesmo 10 anos até a aprovação.

Não estou afirmando que é necessário estudar por dez anos para tornar-se diplomata, mas a prova é inacreditavelmente competitiva e é absolutamente normal que pessoas se dediquem, em tempo integral, por até 5 anos até que consigam atingir seu objetivo.

É possível passar estudando e trabalhando ao mesmo tempo?

Sim! Há muitos casos de candidatos que foram aprovados enquanto trabalhavam. Obviamente, o caminho dessas pessoas é mais longo porque o tempo de estudo diário fica bastante reduzido.

Esse é mais um dado pouco confiável nas estatísticas apresentadas por pessoas que foram aprovadas em anos anteriores.

É bastante comum que os aprovados afirmem que trabalharam e estudaram ao mesmo tempo durante os anos de preparação. Eles só se esquecem de dizer que, em muitos casos, estudaram em tempo integral por 90% do tempo e só no final começaram a trabalhar.

Obviamente, cada indivíduo tem sua história. É inútil tentar comparar-se aos outros. Se você almeja iniciar sua vida na carreira diplomática, preocupe-se menos com o seu perfil e mais com a matéria que você precisa estudar.

Ouvi dizer que um candidato passou de primeira, isso é verdade?

Sim! Há casos extraordinários de pessoas que conseguiram tornar-se diplomatas em menos de um ano, mas é muito importante que essas histórias sejam contadas por inteiro.

Obama sorrindoVocê precisa entender que absolutamente ninguém começa a estudar para o CACD do zero e consegue passar em apenas um ano. Não é fisicamente possível absorver a quantidade de informações que o concurso exige do candidato.

Esses casos excepcionais de pessoas aprovadas tão rapidamente são protagonizados por alunos brilhantes que já vinham se preparando há muitos anos, mesmo que ainda não tivessem feito a prova.

Por exemplo, é justo dizer que alguém que tenha estudado inglês desde criança, que seja formado em Relações Internacionais em uma ótima universidade brasileira, que tenha feito mestrado na França e que tenha feito doutorado da Espanha passou em apenas um ano?

É claro que não!

Todo esse tempo dedicado ao idioma inglês, somado à conclusão de uma faculdade de 4 anos (na qual se estuda detalhadamente Relações Internacionais), além de um mestrado em um país onde se fala francês o dia inteiro resultam em muitíssimos anos de conhecimento acumulado.

Portanto, mesmo que o candidato só tenha feito a prova uma vez, a preparação dele começou muito mais cedo.

A situação é completamente diversa daquela de alguém que tenha começado a estudar francês e espanhol especificamente para o CACD, por exemplo.

Onde posso encontrar exemplos de provas anteriores?

Você está com sorte. Coloquei links logo abaixo disponibilizando todas as provas desde 2006. Não disponibilizei as provas de antes de 2006 porque elas tinham um formato bem diferente das atuais e, portanto, não são uma ferramenta de estudo confiável.


Concurso de Admissão à Carreira Diplomática (CACD) – 2017:

Caderno de Provas:

Baixar Caderno de Prova de 2017 – Parte da Manhã

Baixar Caderno de Prova de 2017 – Parte da Tarde

Gabarito

Baixar Gabarito de 2017 – Parte da Manhã

Baixar Gabarito de 2017 – Parte da Tarde


Concurso de Admissão à Carreira Diplomática (CACD) – 2016:

Caderno de Provas:

Baixar Caderno de Prova de 2016 – Parte da Manhã

Baixar Caderno de Prova de 2016 – Parte da Tarde

Gabarito

Baixar Gabarito de 2016 – Parte da Manhã

Baixar Gabarito de 2016 – Parte da Tarde


Concurso de Admissão à Carreira Diplomática (CACD) – 2015:

Caderno de Provas:

Baixar Caderno de Prova de 2015 – Parte da Manhã

Baixar Caderno de Prova de 2015 – Parte da Tarde

Gabarito

Baixar Gabarito de 2015 – Parte da Manhã

Baixar Gabarito de 2015 – Parte da Tarde


Concurso de Admissão à Carreira Diplomática (CACD) – 2014:

Caderno de Provas:

Baixar Caderno de Prova de 2014 – Parte da Manhã

Baixar Caderno de Prova de 2014 – Parte da Tarde

Gabarito

Baixar Gabarito de 2014 – Parte da Manhã

Baixar Gabarito de 2014 – Parte da Tarde


Concurso de Admissão à Carreira Diplomática (CACD) – 2013:

Caderno de Provas:

Baixar Caderno de Prova de 2013 – Parte da Manhã

Baixar Caderno de Prova de 2013 – Parte da Tarde

Gabarito

Baixar Gabarito de 2013 – Parte da Manhã

Baixar Gabarito de 2013 – Parte da Tarde


Concurso de Admissão à Carreira Diplomática (CACD) – 2012:

Caderno de Provas:

Baixar Caderno de Prova de 2012 – Parte da Manhã

Baixar Caderno de Prova de 2012 – Parte da Tarde

Gabarito

Baixar Gabarito de 2012 – Parte da Manhã

Baixar Gabarito de 2012 – Parte da Tarde


Concurso de Admissão à Carreira Diplomática (CACD) – 2011:

Caderno de Provas:

Baixar Caderno de Prova de 2011 – Parte da Manhã

Baixar Caderno de Prova de 2011 – Parte da Tarde

Gabarito

Baixar Gabarito de 2011 – Parte da Manhã

Baixar Gabarito de 2011 – Parte da Tarde


Concurso de Admissão à Carreira Diplomática (CACD) – 2010:

Caderno de Provas:

Baixar Caderno de Prova de 2010 – Parte da Manhã

Baixar Caderno de Prova de 2010 – Parte da Tarde

Gabarito

Baixar Gabarito de 2010 – Parte da Manhã

Baixar Gabarito de 2010 – Parte da Tarde


Concurso de Admissão à Carreira Diplomática (CACD) – 2009:

Caderno de Provas:

Baixar Caderno de Prova de 2009 – Parte da Manhã

Baixar Caderno de Prova de 2009 – Parte da Tarde

Gabarito

Baixar Gabarito de 2009 – Parte da Manhã

Baixar Gabarito de 2009 – Parte da Tarde


Concurso de Admissão à Carreira Diplomática (CACD) – 2008:

Caderno de Provas:

Baixar Caderno de Prova de 2008 – Parte da Manhã

Baixar Caderno de Prova de 2008 – Parte da Tarde

Gabarito

Baixar Gabarito de 2008 – Parte da Manhã e da Tarde


Concurso de Admissão à Carreira Diplomática (CACD) – 2007:

Caderno de Provas:

Baixar Caderno de Prova de 2008 – Parte da Manhã

Baixar Caderno de Prova de 2008 – Parte da Tarde

Gabarito

Baixar Gabarito de 2008 – Parte da Manhã e da Tarde


Concurso de Admissão à Carreira Diplomática (CACD) – 2006:

Caderno de Provas:

Baixar Caderno de Prova de 2006 – Parte da Manhã

Baixar Caderno de Prova de 2006 – Parte da Manhã

Gabarito

Baixar Gabarito de 2006 – Parte da Manhã e da Tarde


Onde posso ver exemplos de redações escritas por candidatos aprovados no CACD?

Antigamente, o Ministério das Relações Exteriores disponibilizava os chamados “Guias de Estudo”. Nesses guias era possível encontrar as respostas que receberam a maior pontuação dentre todas as redações de segunda e terceira fases.

Uma peculiaridade que precisa ser mencionada é que, à época, os candidatos tinham a oportunidade de reescrever suas redações para corrigir eventuais erros antes da publicação do guia.

Obviamente, sabendo que suas redações seriam publicadas com seu nome logo ao lado, alguns dos novos diplomatas praticamente reescreviam suas redações tornando-as muito melhores que o texto que realmente entregaram no dia da prova.

Estou te avisando sobre essa “curiosidade” para que você não se deixe impressionar pela qualidade das respostas. Você vai perceber que os textos são virtualmente perfeitos e que a quantidade de dados ali expostos é inacreditável.

Se você sentir que jamais será capaz de escrever textos tão bem estruturados, lembre-se de que essas dissertações foram escritas com tempo e com bastante material de consulta à mão. Não se preocupe.

prova de português

Devido a uma série de problemas que surgiram com a publicação desses “Guias de Estudo” oficiais do Ministério das Relações exteriores, optou-se por não mais publicar as respostas dos candidatos aprovados.

Entretanto, os próprios aprovados, desde 2013, decidiram escrever guias independentes com vistas a ajudar os atuais candidatos à carreira diplomática.

A grande vantagem desses guias organizados pelos recém-aprovados é que as redações ali apresentadas realmente são as mesmas que foram entregues no dia da prova, portanto demonstram muito mais realisticamente o nível dissertativo daqueles que conseguiram passar na prova.

Nesses guias mais novos (editados pelos recém-aprovados), além de vários exemplos das melhores dissertações, também é possível encontrar as piores delas. Isso é algo extremamente positivo porque desmistifica a imagem do “estudante perfeito”. Você vai ver que, em alguns casos, pessoas com conhecimento relativamente limitado em algumas matérias conseguiram ser aprovadas no CACD.

Isso é uma injeção de ânimo porque você acaba percebendo que: “ Se essa pessoa passou, também consigo passar! ”

Vamos aos guias mais recentes (editados pelos próprios aprovados):

Guias de Estudo Antigos (editados pelo Ministério das Relações Exteriores – MRE):

Onde posso estudar para me tornar um diplomata?

Alguns anos atrás havia apenas um curso preparatório de boa qualidade para o CACD, atualmente essa situação mudou bastante.

Hoje há vários cursos espalhados por todo o Brasil. Felizmente, os melhores deles oferecerem aulas online, ou seja, você pode assisti-las onde quer que esteja.

A pergunta mais importante que você deve fazer não é acerca da reputação do curso preparatório A, B ou C. O que vai fazer diferença no seu aprendizado não é a escola, mas os professores que ali lecionam.

Por isso já aviso que não há um curso específico que tenha conseguido contratar os melhores professores de cada uma das disciplinas.  Os melhores professores estão espalhados por diversas instituições de ensino.

Se você quiser ter acesso aos profissionais mais qualificados, a melhor estratégia é encontrá-los e contratá-los independente do local onde trabalham.

Objetivamente falando, você estudará em vários cursos preparatórios diferentes ao mesmo tempo, sempre extraindo o que há de melhor em cada um deles.

Para facilitar a sua vida, eu escrevi um artigo que fala exatamente sobre isso: quem são os melhores professores de cada matéria e como encontrá-los.

Siga esse link e veja todas as dicas: Como começar a estudar para o CACD.

Quanto custa a preparação para se tornar diplomata?

olhos surpresos

Os valores podem variar imensamente. Tudo depende do seu curso de formação, do seu conhecimento acerca dos idiomas estrangeiros exigidos pelo Ministério das Relações Exteriores e da sua estratégia de estudos.

Um dos custos que podem ser evitados, por exemplo, está relacionado às aulas de inglês. Aqueles que fizeram cursinhos de inglês durante toda a adolescência muito provavelmente não precisarão de aulas extras para a primeira fase do concurso.

Os que se formaram em Relações Internacionais, possivelmente não precisarão pagar por aulas de Política Internacional. Os que estudaram Economia podem dispensar as aulas de Economia e assim por diante.

Outro aspecto a se considerar é a velocidade de aprendizado. Se você está disposto a investir uma porção maior do seu tempo à preparação para o concurso, é perfeitamente possível ler as obras das bibliografias recomendadas antes de aplicar seu dinheiro em aulas.

Professores e cursos preparatórios

Apesar disso, quero deixar bem claro que aqueles que tiverem a oportunidade de contratar bons professores terão, sim, uma grande vantagem em relação aos demais.

Os professores do CACD, principalmente aqueles mencionados no artigo “como começar a estudar para o CACD” conhecem muito bem os meandros da prova e podem te auxiliar a evitar uma série de armadilhas no meio do caminho da sua preparação. E há muitas armadilhas, pode confiar em mim.

Realmente não há limites quando o assunto é investimento no CACD. Os cursos preparatórios oferecem uma miríade de aulas e cabe ao candidato decidir quais valem mais a pena.

Há aulas teóricas, aulas de exercícios, aulas sobre questões dissertativas e por aí vai.

O mais recomendável é que você evite estudar muitas matérias ao mesmo tempo porque as aulas são bastante extensas e a carga de leitura de cada uma delas é monumental. Não recomendo que se estude mais de 3 disciplinas ao mesmo tempo ou você acabará completamente perdido e desperdiçará seu dinheiro em aulas que não conseguirá acompanhar.

Procure assistir aulas teóricas daquelas matérias com as quais você tem menos afinidade. Com o tempo você ganhará mais experiência e terá melhores condições de decidir se vale a pena aventurar-se nas aulas de exercícios também.

Somente a experiência poderá te mostrar quais são as aulas mais importantes para você. Comece devagar.

Para não deixar essa resposta muito evasiva, vou colocar uma média daquilo que os principais cursos preparatórios cobram por disciplina:

Aulas Teóricas:

  • Política Internacional: R$ 2300
  • História do Brasil: R$ 2100
  • História Mundial: R$2050
  • Economia: R$2000
  • Direito Internacional: R$ 1900
  • Direito Interno: R$1700
  • Língua Portuguesa (prova objetiva): R$ 1700
  • Língua Inglesa (prova objetiva): R$ 1700
  • Geografia: R$ 1700

 

Aulas de Resolução de Exercícios:

  • Política Internacional: R$ 1200
  • História do Brasil: R$ 1200
  • História Mundial: R$1200
  • Língua Portuguesa (prova objetiva): R$ 1200
  • Língua Inglesa (prova objetiva): R$ 1200
  • Geografia: R$ 900
  • Economia: R$900
  • Direito Internacional: R$ 900
  • Direito Interno: R$900

 

Aulas de Questões Dissertativas:

Essas são as mais caras, pois exigem que o professor dedique tempo corrigindo as redações de cada um dos alunos. Para esse tipo de aula os preços variam muito, tudo depende do tempo de mercado do professor e de sua experiência no CACD.

Não recomendo essas aulas para aqueles que estão começando a estudar agora.

Somente os candidatos que já passaram na primeira fase ou que estão muito perto disso devem cogitar fazer esse tipo de aula. A razão para isso é simples: para que gastar seu dinheiro se preparando para uma prova que você nem tem certeza que irá fazer?

A maioria esmagadora dos candidatos precisa de, pelo menos, duas tentativas até chegar à segunda e terceira fases. Portanto, utilize o orçamento do seu primeiro ano de estudos naquilo que realmente importa, a primeira fase.

Para que você tenha uma ideia, o normal é que você gaste mais ou menos R$2500 por matéria dissertativa.

 

Dica: Negocie com os cursos preparatórios! Todos eles oferecem algum tipo de desconto caso você opte por estudar mais de uma matéria. Alguns deles estão dispostos a oferecer descontos mesmo que você faça apenas uma disciplina.

O mercado começou a ficar saturado e os cursinhos estão disputando alunos desesperadamente. Utilize sua posição de cliente em potencial e tente extrair o máximo de descontos que puder.

Recomendo fortemente que você faça propostas e contrapropostas até que consiga um bom preço.

Como as aulas são gravadas, o custo do curso preparatório para disponibilizar aquele material para um aluno a mais é praticamente zero. Para eles vale muito mais a pena ter um aluno pagando pouco pelas aulas que perder esse aluno para outra instituição de ensino.

Mesmo que o curso preparatório já ofereça um desconto padrão, não pare por aí. Peça descontos ainda maiores, afinal essas aulas são inacreditavelmente caras. Seu bolso vai agradecer.

Quanto é o salário de um diplomata?

notas economia para o CACD

A remuneração inicial do diplomata, no Brasil, é de R$ 16.900. Praticamente 17 mil reais.

Perceba que eu me referi ao salário que o diplomata recebe no Brasil, pois os valores mudam bastante com a remoção do servidor para o exterior.

Assim que o candidato é aprovado no Concurso de Admissão à Carreira Diplomática, ele precisa passar por uma espécie de curso de formação que dura até 2 anos. Esse curso é ministrado no Instituto Rio Branco e visa a ensinar aos recém-aprovados todas as funções que um diplomata deverá exercer durante sua carreira.

Durante esses dois anos inicias, os novos diplomatas permanecem obrigatoriamente no Brasil e recebem o salário de 17 mil descrito no edital.

Somente ao final desse período de aprendizado no Instituto Rio Branco é possível que os novos diplomatas pleiteiem uma vaga nas embaixadas brasileiras ao redor do mundo.

Com a remoção do diplomata para o exterior, seu salário é diretamente afetado. A diferença mais significativa é que a remuneração passa a ser calculada em dólares (o diplomata acaba ganhando mais), mas os valores estão atrelados ao país para qual o servidor é enviado.

Um diplomata que vive na Nigéria recebe um salário diferente de outro que vive na Alemanha.

Uma série de fatores são considerados quando do estabelecimento do salário para cada um dos postos no exterior.

Leva-se em consideração o custo de vida no novo país, a distância em relação ao Brasil, a região do planeta, a periculosidade do posto e a quantidade de diplomatas dispostos a trabalhar lá.

Obviamente, quanto menos pessoas estão dispostas a mudar-se para determinado país, maiores serão os salários, pois o Ministério das Relações Exteriores precisa atrair diplomatas para aquela localidade.

Onde trabalham os diplomatas?

Além do Ministério das Relações Exteriores, em Brasília, os diplomatas trabalham em alguns escritórios localizados em capitais brasileiras e em várias embaixadas e consulados espalhados por praticamente todos os países com os quais o Brasil mantém relações.

bandeirasEntretanto, em alguns casos, países são tão pequenos e abrigam tão poucos brasileiros que um diplomata que trabalha no país vizinho pode ficar responsável por duas nações ao mesmo tempo.

O Itamaraty visa a reduzir custos, portanto não faria sentido criar uma embaixada em todos os países e desperdiçar dinheiro ao contratar funcionários para cada um deles.

O número de embaixadas e consulados brasileiros é tão vasto que, se você já ouviu falar de determinado país, muito provavelmente o Brasil tem uma embaixada por lá.

Não podemos esquecer que o Ministério das Relações Exteriores também conta com uma série de profissionais que trabalham diretamente em órgãos internacionais, os quais também estão espalhados por todo o globo.

Como posso aprender mais sobre diplomacia?

Felizmente, hoje em dia temos acesso a uma infinidade de informações devido à internet.

A melhor maneira de manter-se informado acerca da diplomacia brasileira é visitar os sites e canais informativos estabelecidos pelo Ministério das Relações Exteriores.

Dentre as fontes com as informações mais úteis estão:

Site do Itamaraty:

Aqui são discutidos todos os assuntos da política externa brasileira.

Há vários avisos sobre conferências e eventos dos quais o Brasil participou ou irá participar.

Visitar esse site é a maneira mais simples de manter-se informado acerca dos posicionamentos do Brasil em relação aos temas mais recentes. Além disso, o site descreve brevemente todas as iniciativas das quais o Brasil faz parte.

Para aqueles que ainda não começaram o estudo da matéria Política Internacional, essa é uma ótima fonte de estudos. Para os que já estão estudando há muito tempo para o CACD, o site continua sendo um valioso recurso no auxílio da revisão de assuntos menos explorados pelos livros.

Canal do Ministério das Relações Exteriores no YouTube:

Muitas vezes as informações são divulgadas por vídeo antes mesmo de serem disponibilizadas textualmente pelo site do Itamaraty.

Nesse canal é possível acompanhar os encontros bilaterais e multilaterais entre o Brasil e as demais nações.

Quem chega em casa cansado depois de um dia intenso de trabalho ou de estudo pode assistir aos vídeos no YouTube e acompanhar os passos da política externa do Brasil sem estresse.

É altamente recomendável que você visite o canal de vez em quando. Só não precisa se preocupar em assistir tudo, pois há muitos vídeos e nem todos são úteis para a sua prova.

Site do Instituto Rio Branco:

Se você quiser saber um pouco mais sobre o instituto onde os diplomatas recém-empossados estudarão pelos primeiros dois anos de suas carreiras, certamente é uma boa ideia visitar esse site.

Apesar de não conter muitas informações acerca da prova, o site discorre sobre a carreira diplomática e sobre a formação inicial dos novos diplomatas.

Quando você passar no concurso, é exatamente ali que irá estudar. Recomendo que visite o site para saber mais sobre como será a sua rotina.

Site da FUNAG (Fundação Alexandre de Gusmão):

Riquíssima fonte de estudos para o Concurso de Admissão à Carreira Diplomática (CACD).

A FUNAG disponibiliza muitas obras sobre a política externa brasileira além de todos os “Manuais do Candidato”, que abordam os assuntos cobrados no edital do CACD.

Os livros da FUNAG são grátis. Muitos deles são escritos por diplomatas ou por professores especializados, portanto, caso você queira economizar agora no início da sua preparação, vale a pena dedicar-se às leituras disponíveis no site.

Site do Atualidades Concursos:

Há esse blog que você está lendo agora: www.AtualidadesConcursos.com.br/blog

Também há a Plataforma de Estudo de Atualidades, na qual você pode se registrar para acompanhar as notícias do Brasil e do mundo da forma mais rápida e eficiente possível.

Conclusão:

A carreira diplomática é repleta de vantagens e de desafios também, mas uma coisa é certa: poucas profissões permitem que você possa viajar o mundo inteiro e contribuir ativamente para o desenvolvimento do seu país ao mesmo tempo.

Apesar de o processo seletivo ser particularmente competitivo, todos os anos ao menos 30 pessoas são aprovadas. Aqueles que estão mais dispostos a dedicar seus dias aos estudos certamente conseguirão uma vaga, mesmo que demore um pouco.

Caso você acredite que a carreira diplomática é o melhor caminho profissional para a sua vida, não perca tempo adiando o início dos seus estudos. A matéria do CACD é gigantesca e quanto antes você começar a trilhar seu caminho, mais cedo chegará ao seu destino.

Leia o artigo sobre como começar a estudar para o CACD e inicie sua jornada hoje mesmo.

Se você tiver alguma pergunta ou sugestão, utilize os campos abaixo para enviá-la.

Bons estudos!

Este post tem 2 comentários

  1. Luiz Eduardo Andrade

    Olá Bruno Luiz Eduardo mais uma vez aqui!
    Gostaria da sua sempre tão valiosa opinião a respeito da coleção “Em Poucas Palavras” da FUNAG e o que do rico acervo geral deles é mais relevante de se explorar?
    Mais que grato, PARABENS!!!

    1. Bruno

      Luiz Eduardo,

      eu não li a coleção, mas posso afirmar que a maioria dos volumes é, sim, pertinente ao CACD. Alguns dos autores, como José Sombra Saraiva, Synesio Sampaio Goes Filho e Antônio Cançado Trindade são fontes de referência para a banca do concurso.

      Inclusive, dentre as obras da bibliografia obrigatória estão:

      1) Navegantes, Bandeirantes, Diplomatas – escrito por Synesio Sampaio Goes Filho;

      2) História das Relações Internacionais Contemporâneas – escrito por José Sombra Saraiva.

      Dito isso, recomendo que você leia a bibliografia obrigatória primeiro. Construa bases sólidas. Depois você poderá utilizar essa coleção da FUNAG como estratégia de aprofundamento do conteúdo.

      Bons estudos!

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