Revoluções Inglesas do Século XVII – História Mundial

Oliver Cromwell

 

São duas revoluções:

 

Revolução Puritana (1642 – 1649):

 

  • Foi fruto de uma guerra civil e teve como resultado a decapitação do rei em 1649;

 

  • Esse episódio ocasionou a instituição de uma República na Inglaterra, a única da história;

 

  • Nesse momento é fundada a República de Cromwell (Oliver Cromwell);

 

  • A Revolução Puritana termina com a derrota dos puritanos e da ideia de um Parlamento que pudesse limitar o poder da monarquia;

 

  • Ao final da Revolução, há restauração total da monarquia;

 

  • Não tardaria para que a monarquia restaurada começasse a se impor sobre o Parlamento, fato que ocasionou a reação parlamentar, liberal, a qual serviu de estopim para a principal revolução do período, a chamada Revolução Gloriosa.

 


Observação:

A Revolução Puritana pode ser datada como de 1642 a 1649, período da guerra civil, ou como de 1642 a 1659, se considerarmos a República de Cromwell como uma extensão da revolução.

Essa definição depende do autor. A prova pode utilizar essas duas contagens. Ambas estão corretas.


 

Revolução Gloriosa (1688):

 

  • Era assim chamada, pois não houve derramamento de sangue. Os parlamentares, liberais, conseguiram tomar o poder com o simples desembarque de suas tropas, compostas por estrangeiros, no litoral da Inglaterra;

 

  • Estabelece definitivamente uma Monarquia Constitucional na Inglaterra;

 

  • Precisamente neste momento surge o principal instrumento legal que rege as relações dentro do território inglês, ele é chamado de Bill of Rights (1889);

 

  • O Bill of Rights funcionava como uma espécie de constituição e versava sobre as relações entre monarquia, Parlamento, nobreza, eleitorado, etc.

 


IMPORTANTE!

Para compreender verdadeiramente os assuntos de História Mundial que são cobrados em prova, leia a Bibliografia Obrigatória de História Mundial.


 

Dinastia Stuart (1603 – 1688):

  • A Inglaterra foi governada pelos Stuart durante quase todo o tempo de 1603 a 1688. A única exceção foi a Revolução Puritana, período de guerra civil;

 

  • A monarquia na Inglaterra, até então, não era propriamente absolutista, pois havia o contrapeso do Parlamento, diferentemente do que acontecia na França. São justamente os Stuart que passam a almejar a expansão dos seus poderes monárquicos e tentam instalar o absolutismo em solo inglês;

 

  • A Dinastia Stuart era defensora do Anglicanismo, religião criada na Inglaterra a qual funcionava virtualmente da mesma maneira que o catolicismo. Havia apenas diferenças pontuais.

 

  • Em contraponto aos anglicanos havia os puritanos, protestantes que receberam essa denominação porque desejavam “purificar” a Igreja Anglicana e extirpá-la de características análogas àquelas do catolicismo;

 

  • Os Stuart falharam e o Parlamento conservou sua existência durante o período.

 

 

Dinastia Stuart – Governo de Jaime I (1603 – 1625):

 

  • Intensificam-se as guerras religiosas entre anglicanos e puritanos;

 

  • Em 1620, puritanos que eram perseguidos na Inglaterra decidem fugir para a América a bordo do Mayflower.

 

 

Dinastia Stuart – Governo de Carlos I (1625 – 1649):

 

  • Intensifica ainda mais o processo de concentração de poder e de tentativa de estabelecimento de uma monarquia absolutista;

 

  • O Parlamento inglês reage em 1628 e aprova uma Petição de Direitos com vistas a impedir que o poder monárquico se sobreponha ao poder parlamentar;

 

  • 1629: Carlos I revida a Petição de Direitos ao fechar o Parlamento;

 

  • Há um claro processo de radicalização;

 

  • 1640 – 1642: É nessa época que o deputado Oliver Cromwell passa a afirmar que o Parlamento não poderia mais ficar desprotegido. Aqui surge a ideia da criação de um exército para a defesa do Parlamento.

 

  • Entre 1642 e 1969 há uma guerra civil entre o exército da Monarquia e o exército do Parlamento, liderado por Oliver Cromwell;

 

  • O exército estabelecido por Cromwell, além de defensor do Parlamento, era composto majoritariamente por puritanos e, por esse motivo, reprimia anglicanos;

 

  • Em 1649, Carlos I é decapitado e inaugura-se a República de Oliver Cromwell.

 

 

República de Cromwell (1649 – 1658):

 

  • Esperava-se que Cromwell, um parlamentar, fosse agir em favor do Parlamento, mas isso não ocorreu;

 

  • Apesar de ter combatido diretamente a Monarquia inglesa, Cromwell mudou suas prioridades assim que chegou ao poder e mostrou-se um líder autoritário assim como Carlos I, o rei decapitado;

 

  • Oliver Cromwell declara-se Lord Protector e passa a reprimir todos os grupos contrários às suas ideias, que giravam em torno da defesa dos interesses da burguesia inglesa, segmento do qual ele mesmo fazia parte;

 

  • 1651: Atos de Navegação – Cromwell passa a exigir que todos os produtos importados pela Inglaterra sejam provenientes de navios de bandeira inglesa. Objetivamente Cromwell estabeleceu um monopólio, fato que prejudicou aquelas nações mercantilistas que dominavam as rotas comerciais, o país mais prejudicado foi a Holanda;

 

  • É importante lembrar que, durante esse período, a Holanda ainda ocupava o nordeste do Brasil;

 

  • Prejudicados com as medidas de Oliver Cromwell, holandeses decidem declarar guerra à Inglaterra com vistas a restabelecer seu comércio na Europa;

 

  • Guerra dos Mares (1652-1654): Conflito entre Holanda e a Inglaterra de Cromwell. Os holandeses perderam a guerra, que marcou o início do processo de ascensão da Inglaterra como potência naval;

 

  • Cromwell era tão intransigente que assumiu exatamente a mesma postura que criticava em Carlos I, ele também fechou o Parlamento (1653);

 

  • 1658: Oliver Cromwell morre.

 

 

Governo de Richard Cromwell (1658 – 1660):

 

  • Richard não tinha as mesmas habilidades políticas de seu pai, Oliver. Assim, mesmo após ter reaberto o Parlamento, não foi capaz de manter-se no poder;

 

  • Richard Cromwell é deposto pelo Parlamento em 1660.

 

O Parlamento, cansado dos radicalismos, decide que apesar de todos os problemas a Inglaterra era mais estável sob o governo dos Stuart. Por essa razão os Stuart retornam ao poder até 1688.

Como já era de se esperar, não tardou para que os Stuart reiniciassem sua campanha de concentração de poder mais uma vez. Neste momento acontece a Revolução Gloriosa, que colocaria a Dinastia Orange no poder.

 

 

Restauração Monárquica dos Stuart (1660-1688)

 

Governo de Carlos II (1660-1685):

  • É fundamental compreender que, na época, a questão religiosa estava intimamente ligada ao governo. A Inglaterra, protestante, percebia o catolicismo, religião predominante na França, como uma ameaça direta ao Estado;

 

  • Carlos II, apesar do estigma religioso, casou-se com uma católica e com ela teve um filho;

 

  • O filho de Carlos II foi criado sob o catolicismo, algo completamente inaceitável para os ingleses, principalmente quando se sabia que o menino seria o futuro rei da Inglaterra;

 

  • Nada assustava mais os ingleses do que a perspectiva de o país ser liderado por um monarca católico;

 

  • Apesar de a questão religiosa ser fundamental para explicar a preocupação do Parlamento com um futuro rei católico, o problema era ainda mais profundo, pois acreditava-se que seria absolutamente natural que o futuro rei quisesse aproximar-se da França;

 

  • À época, a França era o principal inimigo da Inglaterra e a mera ideia da aproximação das duas coroas gerava tensão no Parlamento inglês;

 

  • Sob esse contexto o Parlamento engendra o importantíssimo Bill of Test.

 


O que foi o Bill of Test?

Foi uma espécie de prova a qual o Parlamento desejava submeter tanto os monarcas quanto seus herdeiros.

O objetivo dessa prova era comprovar que o monarca atual e os possíveis monarcas do futuro não fossem católicos. Buscava-se garantir que a maneira de pensar da monarquia estivesse alinhada aos valores protestantes da Inglaterra.

Em teoria, o monarca que não passasse na avaliação do Bill of Test seria impedido de assumir a Coroa da Inglaterra.


 

  • A partir deste momento fica claro que o Parlamento inglês não está combatendo Carlos II por meio do Bill of Test, mas seu filho, Jaime II, criado sob o catolicismo;

 

  • Jaime II, convertido ao catolicismo e próximo às ideias da monarquia francesa, se recusa a participar do Bill of Test;

 

  • Sob a recusa de Jaime II de submeter-se ao Bill of Test, o Parlamento inglês dá um passo a mais e edita a Lei de Exclusão;

 

Lei de Exclusão (1678):

 

  • Dispositivo legal criado pelo Parlamento para garantir que herdeiros monárquicos ingleses convertidos ao catolicismo fossem excluídos da linha sucessória;

 

  • A opinião dos membros do Parlamento não era unânime. Houve uma cisão e a instituição ficou dividida em dois grupos: Wigs e Tories.

 

  • WIGS: são favoráveis à Lei de Exclusão;

 

  • TORIES: são contrários à Lei de Exclusão.

 

  • Os Tories não eram contrários à Lei de Exclusão por serem próximos a Jaime II, eles apenas queriam evitar uma nova guerra civil.

 

 

Governo de Jaime II (1685-1688):

  • Católico e ideologicamente próximo aos franceses, Jaime II assume a Coroa inglesa e passa a adotar medidas na política exterior que favoreciam a França;

 

  • Jaime II representava tudo aquilo que os ingleses odiavam: catolicismo, França e absolutismo;

 

  • A aproximação de Jaime II com os franceses fica evidenciada em um evento específico: A invasão do Sacro Império Romano-Germânico pela França. Jaime II decide manter-se neutro durante essa invasão.

 


Qual o significado da neutralidade de Jaime II à invasão francesa do Sacro Império Romano-Germânico?

A Inglaterra estava em pleno processo de consolidação de sua superioridade marítima. O único verdadeiro rival ao poderio militar inglês era a França.

Como se esse antagonismo não bastasse, a única potência militar capaz de equilibrar as forças na Europa continental era justamente o Sacro Império Romano-Germânico. Ele funcionava como um contrapeso ao poderio francês.

Obviamente a integridade do Sacro Império interessava à Inglaterra.

A neutralidade de Jaime II em relação à investida da França mostrava ao Parlamento que o atual monarca inglês colocava, objetivamente, os interesses franceses à frente dos ingleses. Isso jamais poderia ser tolerado.


 

Reação do Parlamento às Ações de Jaime II:

 

  • Wigs e Tories decidem se unir para lutar contra um mal maior: Jaime II e a aproximação da Coroa inglesa com a França;

 

  • Wigs e Tories começaram a buscar algum aliado externo que fosse capaz de derrotar os Stuart;

 

  • Para o Parlamento inglês (Wigs + Tories) era fundamental que esse aliado externo fosse protestante e que ele tivesse algum direito de sangue ao trono inglês;

 

  • O marido de uma das filhas de Jaime II, pertencente à Dinastia Orange (da Holanda), tinha todas as características desejáveis;

 

  • Nesse momento é formada a aliança entre o Parlamento inglês e Guilherme de Orange;

 

  • O acordo é bastante simples: Guilherme de Orange já tinha um exército próprio enquanto o Parlamento inglês precisava desesperadamente de um exército para conter os Stuart e possivelmente a França, caso ela tentasse evitar a derrubada de Jaime II;

 

  • Guilherme de Orange se comprometeu a desembarcar suas tropas na Inglaterra e a disponibilizar soldados para combaterem a França caso fosse necessário;

 

  • É justamente a partir da aliança Parlamento + Guilherme de Orange que surge a Revolução Gloriosa;

 

  • A Revolução Gloriosa foi, na prática, a mera entrada do exército de Guilherme de Orange no território inglês. Não houve derramamento de sangue, por isso a alcunha de “gloriosa”;

 

  • Em vez de tentar combater o exército de Guilherme de Orange, Jaime II simplesmente fugiu para a França;

 

  • Guilherme de Orange então assume a Coroa inglesa ao tornar-se Guilherme II da Inglaterra;

 

  • 1689: Guilherme II aceita o “Bill of Rights”, documento que estabelecia uma Monarquia Constitucional. O rei reina, mas não governa. Quem governa é o Parlamento.

 

Bill of Rights:

  • No taxation without representation;

 

  • Liberdade de imprensa;

 

  • Liberdades individuais (destaque para o habeas corpus).

 

John Locke desenvolveria uma série de ideias baseadas no Bill of Rights. Dentre elas o direito de resistir à tirania dos governantes. Súditos poderiam resistir a ações do rei caso ele não agisse com o objetivo de alcançar o bem comum.

 

 

Linha do tempo:

Revoluções Inglesas - Linha do Tempo
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Outras datas relevantes:

 

Criação da Grã-Bretanha (1707):

  • União dos Parlamentos da Inglaterra + Escócia + País de Gales.

 

Surgimento do Reino Unido (1801):

  • União da Grã-Bretanha com a Irlanda.

Leituras Recomendadas:

Bibliografia Obrigatória de História Mundial para o CACD

 

 

Este post tem um comentário

  1. Renata

    Obrigada por compartilhar! Excelente material! E parabéns pelo site!

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