Livros recomendados sobre as relações Brasil – China:
Principais objetivos da política externa chinesa:
- Garantia da estabilidade doméstica e regional (questões separatistas);
- Garantia da multipolaridade do sistema internacional (objetivo comum ao BRICS e à política externa brasileira);
- Expansão comercial: chineses têm promovido seus produtos e serviços de maneira ostensiva por todo o planeta. O adensamento das relações comerciais com Estados longínquos mostrou-se uma das características mais reconhecíveis da política externa de Pequim;
- Aumento da Influência Política: com a ascensão de Donald Trump à Casa Branca, os Estados Unidos passaram a adotar políticas mais isolacionistas. Esse processo, naturalmente, gerou uma série de vácuos de poder, os quais a China se esforça para preencher o mais rápido possível.
Principais problemas internos chineses:
- Taiwan (virtualmente congelado);
- Tibete;
- Xinjiang (latente);
Xinjiang:
Grandes reservas de petróleo e gás natural (a China necessita, sobremaneira, de hidrocarbonetos).
A região faz fronteira com a Ásia Central.
A população uigur se sente excluída e defende abertamente o separatismo.
O Movimento para a Independência do Turquestão Oriental está ligado a outros movimentos da região.
Tibete:
Nenhum governo reconhece o Tibete como um Estado independente, nem mesmo os EUA. O governo de Dalai Lama está localizado na Índia e lida, basicamente, com refugiados tibetanos.
A China participa dessas organizações regionais:
- APEC (Cooperação Econômica Ásia-Pacífico);
- ASEAN + 3 (Associação de Nações do Sudeste Asiático);
- OCX (Organização para a Cooperação de Xangai).
APEC (Cooperação Econômica Ásia-Pacífico)
Fala sobre “economias membros”, com vistas a conter tanto a China continental como Taiwan, se fossem “Estados membros” isso seria impossível. Engloba 26 economias. É uma organização econômica, não política. Não há planos de tornar-se uma área de livre-comércio devido, principalmente, à presença da China;
ASEAN + 3 (Associação de Nações do Sudeste Asiático)
A China NÃO É membro pleno da ASEAN, assim como o Japão e a Coreia do Sul. Criada em 1997 para lidar com a crise asiática (a ASEAN já existia, mas esses países aderiram à associação em 1997). A partir desse grupo surgiu a Cúpula Trilateral (China, Japão e Coreia do Sul – os quais se reuniram, somente, em 2009);
Diferentemente da APEC, já existe uma área de livre-comércio na ASEAN, e uma outra entre países da ASEAN e a China;
OCX (Organização para a Cooperação de Xangai)
É engendrada em 1995 em um fórum chamado Xangai 5 ( China, Rússia, Tajiquistão, Cazaquistão e Quirguistão : o Turcomenistão não faz parte). Em 2001 o Xangai 5 tornou-se a OCX e agregou o Uzbequistão.
Para a China a Ásia Central é uma região importantíssima devido à questão da segurança e o transporte de hidrocarbonetos.
Os principais objetivos da organização é combater os 3 ismos:
- Extremismo;
- Separatismo;
- Terrorismo.
A OCX faz questão de afirmar que não se trata de uma resposta à OTAN, entretanto fazem grandes demonstração de força as quais chamam de “Missões de Paz”, nomenclatura completamente incompatível com a realidade dos testes armados.
O principal instrumento criado pela OCX é o RATS (Regional Anti Terrorist Structure);
Há construção de gasodutos e outros projetos de infraestrutura;
A China também está presente no Fórum de Cooperação América Latina–Ásia do Leste (FOCALAL)
A China integra dois grupos de discussão de 6 partes, aquele relacionado ao Irã e o outro relacionado à Coreia do Norte (EUA, Rússia, China, Coreia do Sul, Japão e Coreia do Norte);
A China participa dos 2 G-20: G-20 Comercial (atua na OMC) e G-20 Financeiro (engendrado em 1999, reúne as 20 maiores economias do mundo);
Atuação a China na América Latina e na África:
A China é um dos principais parceiros comerciais da região. Em 2000 a China era o 12º maior parceiro comercial, em 2008 já era o 2º.
A China é o principal importador de cobre do Chile;
Da mesma forma que importa primários da África e exporta manufaturados, a China faz o mesmo com a América Latina;
Uma amostra da política chinesa é sua relação com o Sudão. Mesmo com o genocídio na nação africana, não há qualquer tipo de ressalvas acerca de suas relações comerciais. Para a China, negócios são negócios.
A China, normalmente, transfere tecnologia durante o desenvolvimento de seus projetos na África.
Cooperação Brasil-China:
Fóruns Multilaterais:
- G-20 Comercial (Brasil e Índia são os grandes expoentes, a China não tem grande influência, embora o apoie);
- BASIC (um dos maiores exemplos de cooperação sino-brasileira); Apesar de ser um grande poluidor mundial, a China tem investido muito em projetos e tecnologias verdes;
- BRICS.
Reforma de Organismos Internacionais:
- G-20 Financeiro (deve ganhar mais relevância em detrimento do G-8);
- FMI;
- Conselho de Segurança das Nações Unidas (CSNU) – opiniões divergentes.
Projetos Bilaterais:
- Parceria Estratégica (1993);
- COSBAN (2004) (Comissão Sino-Brasileira de Alto Nível de Concertação e Cooperação); Discute uma série de temas, tecnologia, agricutura. É o instrumento bilateral mais desenvolvido entre as duas nações;
- CBERS (China-Brazil Earth Resources Satellite) .
Questões Comerciais:
- Exportação de carne (dificuldades brasileiras para conseguir certificações para exportar produtos cárneos, particularmente os bovinos e suínos, a China reconhece, apenas, 4 estados brasileiros como livres de febre aftosa);
- Dificuldades na exportação de algodão e têxteis;
- Brasil exporta muitos primários e importa manufaturados, a tendência é de dificílima reversão;
- A China, por muito tempo não investiu no Brasil, mas esse cenário se reverteu nos últimos anos, pois o grande país asiático já se tornou o maior investidor no Brasil; O Brasil investe muito na China por meio da Embraer;
- Há planos para a criação de uma joint venture entre Petrobrás e Sinopec para a exploração de petróleo em outros países;
- Biocombustíveis. A China pretende adicionar etanol a seus combustíveis, além de produzir o combustível em território chinês e importá-lo, também, do Brasil;
Embraer: Tem fábrica na China, em Harbin. A China deveria importar mais aeronaves do Brasil, entretanto, fazem de tudo para comprar diretamente os aviões produzidos na Embraer localizada na China.
Você pode ver a cronologia das relações entre Brasil e China no site do Itamaraty.
Conclusão
A China é o principal parceiro comercial do Brasil. É fundamental compreender como o gigante asiático se comporta frente às bruscas mudanças no cenário atual e como suas políticas afetam o Brasil.
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